sábado, 20 de agosto de 2011

Uma introdução do empreendedor e as Sete Fontes de Oportunidades Inovadoras segundo Peter F. Drucker

Em seu livro ‘’Inovação e Espírito Empreendedor’’, Peter Drucker nos dá uma noção do que é o ser empreendedor e o que realmente é um empreendimento.



J. B. Say, um economista francês, define ao seu modo de ver e entender o que é ‘’O Empreendedor’’: ‘’ele transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento’’. Apesar de ser um economista e, segundo Drucker, Say, um admirador de Adam Smith, ele possuía um pensamento que era independente da escola clássica e moderna da economia. Ele nos diz isto, pois a economia ‘‘se concentra em obter o máximo dos recursos existentes e almeja estabelecer o equilíbrio, otimizando-os. Traz o empreendedor aquele que melhora o que já existe, aprimorando-se os recursos disponíveis. Porém Drucker traz uma definição mais completa e dinâmica do empreendedor, que iremos tratá-la a demais no texto.


Muitos novos negócios são abertos em todo o mundo e a todo o momento, porém estas pessoas, que abrem estes negócios podem ser consideradas empreendedoras? Segundo a visão de Drucker nem todas. Ele nos diz: ‘’novos negócios, porém já existentes’’. Nenhuma prática nova, nenhuma criação nova, nenhuma inovação. A sua definição nos traz o ser empreendedor, que não apenas cria uma nova empresa, mas sim uma nova ideia, uma inovação no mercado, um novo diferencial proposto. O empreendedor, logo é um ser inovador, criativo, e consequentemente, que assume riscos, mas não só riscos, um conjunto de coisas que o faz deste, o ser empreendedor verdadeiro e concreto. A entrada de uma firma nova no mercado não basta para podermos adequar o termo para os donos desta, ela tem que ser inovadora e criativa, trazer um produto ou serviço novo para a comunidade, isso é o empreendedor. Logo, nesta visão, empresas antigas, já existentes, podem ser consideradas empreendedoras, na medida em que trazem produtos, serviços entre outras coisas, novas para a sociedade.
De acordo com Drucker ninguém nasce empreendedor, não é um traço de personalidade, mas sim um espírito de comportamento. As incertezas fazem parte deste espírito, sendo assim, o ser que busca sempre certezas em seu caminho, dificilmente poderá ser um grande empreendedor, pois empreendedores tomam decisões, ‘’e a essência de toda decisão, é a incerteza’’. O empreendedor vê na mudança, sempre uma oportunidade, e utiliza este estilo como norma.

Inovação Sistemática e as sete fontes de oportunidades inovadoras


A inovação é a prática dos empreendedores. Sem inovação, não há empreendedores.

Mas o que eles inovam? O que eles utilizam para esta inovação? Inovam produtos ou serviços, e utilizam recursos para esta inovação. Drucker nos diz que recurso só é considerado um recurso, quando podemos utilizá-lo de forma a ser útil para alguma coisa, como, por exemplo, o fungo da penicilina, que antes considerada uma praga, hoje, os bacteriologistas fazem dela um recurso utilizável para o combate de bactérias, sendo assim, a penicilina tornou-se um recurso de valor e considerada uma inovação empreendedora. Antigamente os agricultores utilizavam de técnicas mais rústicas para o trabalho de colheita, porque as máquinas colhedeiras eram muito caras para os fazendeiros, não podendo comprá-las, e tornando-as como um ‘’não recurso’’, sendo inutilizáveis. Até que um dos inventores, Cyrus McCormick, criou a compra a prazo, mostrando que este era outro recurso a ser usado. Isto é inovação através de recursos, e como mostra os exemplos, esta inovação não precisa ser técnica ou algo palpável.

Drucker cita que os empreendedores devem se apoiar na inovação sistemática, e para podermos entender o que é a inovação sistemática, veremos de maneira prática o que é uma atividade sistemática. Atividade sistemática é ‘’a atividade que possui um propósito determinado, ou seja, um objetivo, e que tenha um alto grau de previsibilidade dos resultados almejados e das possibilidades destes serem alcançados’’. Drucker nos diz que os empreendedores devem buscar a inovação sistemática. Tal inovação é feita a partir de muito trabalho. Empreendedores eficientes e eficazes vão atrás de suas coisas e trabalham para conquistá-las. Não são pessoas passivas, e consequentemente, não esperam que outras façam o seu trabalho. Eles simplesmente pesquisam e criam novas coisas a partir de novas oportunidades sacadas, e não esperam estas caírem em seus colos. Eles convertem um elemento em um recurso, por exemplo, uma rocha, em um novo elemento utilizável. A inovação sistemática, portanto, consiste na busca deliberada e organizada de mudanças, e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica e social. (Peter F. Drucker 1986).

Segundo com esta inovação sistemática, Drucker nos propicia as sete fontes de oportunidades inovadoras, ou seja, sete chances que podemos explorar para conseguirmos tal inovação e sermos empreendedores de sucesso. Irei apenas citá-las de forma simples e prática, e posteriormente em outros artigos, descrevê-las com maior aprofundamento.

1. No inesperado: Os empreendedores podem encontrar sucesso de forma inesperada, tanto quanto, o insucesso. Baseado em seu nicho de mercado, os empreendedores podem perceber algo que pode ser mudado em seu produto, ou até mesmo, criar um produto novo. Surge de um evento no meio ambiente interno ou externo.

2. Na incongruência: Entre a realidade como ela é de fato, e a realidade como se presume ser ou como ‘’deveria ser’’ (Drucker 2011). Os empreendedores devem saber o real valor de seus produtos para os seus clientes, e não o valor que seus produtos têm para os próprios empreendedores. Se um produto não está tendo um valor na realidade para os clientes, esta deverá ser outra fonte de mudança. Também está relacionada com algo do meio, seja ele interno ou externo.
3. Na necessidade de processo: Esta oportunidade surge na medida em que já se tem um processo, e os empreendedores, melhoram este processo, ou seja, a partir de um sistema antigo. Como por exemplo, a evolução dos computadores. Empreendedores e inventores enxergaram uma oportunidade e uma necessidade para computadores cada vez menores, mais rápidos e portáteis.

4. Nas estruturas da indústria e do mercado: Muitas indústrias se tornam obsoletas e parecem parar no tempo. A busca de inovações neste setor é de grande importância para que estas mantenham uma liderança competitiva no mercado. Algumas vezes, um produto pode estar estagnado, e esta é a hora, de se perguntar qual é o negócio em que empresa está inserida. A inovação neste setor é a fonte de sucesso. Grande parte oferecida pela evolução da tecnologia.
Estas quatro fontes citadas são de dentro das instituições, podendo ser visualizadas para o olhar de quem está no interior delas. As três fontes restantes, são implicadas fora das empresas. De acordo com Drucker ‘’elas são mudanças no meio social, filosófico, político e intelectual’’.
5. Mudanças demográficas: Estão enquadradas as mudanças na população em seu número, faixa etária, sexo, nível de emprego, faixa salarial, nível educacional e etc. Podemos usar um exemplo bem simples para demonstrar esta fonte. Em lugares mais ricos, geralmente, pessoas gastam mais, e se encontra maiores oportunidades de empreendimentos de sucesso, com uma população com um poder de compra maior.
6. Mudanças na percepção: São oportunidades geradas por mudanças no comportamento, e principalmente, podemos dizer, numa evolução mental das pessoas. Quebram-se padrões e modelos, para surgiram mudanças, e consequentemente, novas oportunidades de sucesso.
7. Conhecimento novo: São inovações baseadas no fruto de estudo. Segundo Drucker, são as inovações ‘’superestrela do espírito empreendedor’’. São as mais demoradas em questão do tempo, dentre todas as inovações, pois consiste em grandes estudos e novas tecnologias, por exemplo.
Estas fontes geram espaços para empreendedores visionários. Empreendedores, segundo Peter F. Drucker são pessoas inovadoras em seus processos mentais, não são nada comuns, e sempre buscam uma oportunidade de empreendimento. Não são pessoas padronizadas, buscam a diversificação e a criatividade. São pessoas diferentes que não se contentam com o que é vos dado, e criam novas formas e produtos, novas maneiras de se viver.
Ao final deste artigo, poderíamos resumi-lo todo em apenas duas palavras: Empreendedores inovam.
Bibliografia: DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor – Práticas e Princípios; São Paulo, editora CENGAGE Learning, 2011. 11° ed.


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