As PMEs são as que mais sofrem com o risco de
falência, por isso, precisam estar atentas à captação e manutenção dos
funcionários
Luciane Medeiros*
Atualmente, a escassez de mão de obra é um problema
que afeta empresas dos mais variados setores da economia. Independentemente da
área de atuação, a busca por mão de obra qualificada está cada vez mais
difícil, seja pela concorrência acirrada ou pela falta de capacitação dos
profissionais disponíveis.
Nas pequenas e médias empresas (PMEs), a realidade
não é diferente. Representando mais de 98% das empresas em operação no Brasil,
segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),
de São Paulo, essas organizações são responsáveis pelo maior fluxo de
trabalhadores no país. Porém, são companhias que mais convivem com riscos de
falência e desestruturação interna, principalmente pela alta competitividade e
gestão ineficaz. Portanto, necessitam de pessoas comprometidas, motivadas e que
façam a diferença na empresa e pela sua valorização no mercado.
Assim, os pequenos e médios empresários precisam
estar atentos à captação e manutenção desses profissionais. Atualmente, os
jovens, ou a geração Y, formam um grupo em maior número de pessoas disponíveis
no mercado e de grande potencial para aprendizado e comprometimento. Mas onde e
como os procurar?
Essa geração pode ser facilmente localizada
principalmente pelo acesso diário à internet, às notícias do mercado nacional e
internacional, além de serem integrados em portais de empresas de recursos
humanos, especializadas em recrutamento e seleção de pessoas. Para os
iniciantes, que buscam as grandes empresas, os programas de trainees e estágios
são a porta de entrada para essas companhias. No entanto, o processo seletivo
para esses programas é acirrado e exige muitíssimo do candidato, desde formação
superior, conhecimento teórico, até o domínio de outros idiomas e outras
especialidades.
Já nas PMEs, por serem em maior número, o grande
chamariz é o formato de trabalho diferente. Enquanto em uma grande empresa o
jovem pode se sentir frustrado por não conseguir criar, desenvolver e expressar
sua opinião em projetos e ações diversos, dado o formato dessas organizações,
em uma pequena ou média ele pode ser convidado a inovar e a desenvolver os
projetos que idealiza. Em uma PME, dificilmente um colaborador teria o
sentimento de ser apenas "um em um milhão". Isso porque, nesse tipo
de organização, os funcionários trabalham mais próximos uns aos outros e o
diálogo e troca de ideias é algo natural. Nessas empresas há uma dinâmica entre
os funcionários e a própria direção, sendo que todos podem dar e receber
sugestões. Esse é o grande diferencial de trabalhar em uma pequena ou média
empresa: as oportunidades e a construção de relacionamentos são maiores.
O trabalho pode ser discutido não apenas na área de
sua responsabilidade, mas sim com qualquer profissional que esteja próximo. A
PME se traduz, na maioria dos casos, em oportunidade de vivenciar um ambiente
menos hierarquizado, onde o profissional tem liberdade para expor ideias e,
algumas vezes, mais oportunidades de crescimento.
*Luciane Medeiros é consultora de RH
responsável pelo recrutamento da Acesso Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário